Saturday 21 July 2012

Por que é que eu leio?

Por que é que eu leio?
Por que é que ler é a minha paixão?
Por que é que ler é o meu hobby?
Por que é que eu leio enquanto tantas outras pessoas vêem a leitura como um desperdício de tempo e dinheiro?
Porquê? Não sei... A sério que não. São muitas as vezes que eu me pergunto todas estas questões, mas de todas as vezes que penso numa resposta, nada me sai.
Ler, para mim, é uma paixão, é um passatempo que passa para além de um mero hobby, é uma mina de conhecimento, é um bilhete que nos pode transportar para qualquer lugar, é uma porta para a imaginação, é um mundo inteiro confinado a papel, é conhecer personagens que são tão reais como eu e tu. Ler é o meu mundo. Ler é um prazer que ultrapassa qualquer outra coisa.
A sensação de abrir um livro e sentir o cheiro do papel e da tinta, do mofo e do pó. Sentir as páginas ásperas e ouvi-las a serem passadas com o nosso dedo. O prazer que é olhar para a capa do livro, o divertimento de explorar mundos que a imaginação do autor criou. O entretenimento de conhecer as personagens, chorar com elas, sorrir com elas, apaixonarmo-nos por elas, odiá-las tanto que apetece atirar o livro contra a parede.
O mero vislumbre de uma prateleira colorida e repleta de livros deixa-me à beira do desmaio. Apenas o facto de agarrar nos livros dá-me prazer. O conforto de ler um livro com o sol a brilhar alto no céu e as ondas a rebentar ao meu lado ou, por outro lado, o aconchego de abrir um livro quando estamos deitados na cama com a neve a cair lá fora.
Para mim, os livros são o meu alimento. Sem eles não sobreviveria mais do que dois dias. Sem eles... Nem consigo imaginar um mundo onde não houvesse livros...
Por mais estranha e bizarra que esta explicação possa ser, é assim que eu me sinto quando leio livro, é esta a razão da minha paixão pela leitura.

E tu, como explicas a tua paixão pela leitura?

Até à próxima e, como sempre... boas leituras!

Wednesday 4 July 2012

Segunda Temporada de "A Guerra dos Tronos" - Opinião

Apesar de este ser um post sobre uma série televisiva e não ter nada a ver com livros, achei que devia fazer uma opinião a esta segunda temporada de "A Guerra dos Tronos", uma vez que se baseia num dos meus livros favoritos: "As Crónicas de Gelo e Fogo". Produzida e emitida pela HBO nos Estados Unidos e em muitos outros países, a série passa em Portugal no canal SyFy.
Devo dizer que comecei a ler os livros principalmente devido à primeira temporada e por isso senti logo curiosidade pela segunda.

De início senti que a segunda temporada estava a ser um fracasso. A primeira ficou conhecida principalmente devido ao facto de ter seguido tão fielmente os livros. Era uma cópia perfeita em que as personagens eram iguais e os acontecimentos aconteciam na ordem cronológica correcta que o autor dos livros, George R.R. Martin, tinha estipulado. No entanto, a segunda temporada desviou-se bastante do enredo dos livros e os acontecimentos começaram a ser trocados. Elementos que apareciam no meio do livro começaram a aparecer no primeiro e segundo episódios. Algumas personagens foram eliminadas da série, como por exemplo o Jojen e a Meera Reed que aparecem logo no início do livro e nem sequer temos um vislumbre deles na série. Algumas personagens trocaram de nome como a Asha, irmã de Theon, que na série se chama Yara. Isso começou a irritar-me profundamente porque os guionistas estavam basicamente a pegar nos livros e a escrever a sua própria história.
No entanto, a performance dos actores e actrizes conseguiu atenuar esses falhanços. Principalmente o Peter Dinklage, que assume a personagem de Tyrion Lannister, que teve uma performance memorável (como já referi numa outra opinião a um episódio da série). Kit Harrington que representa Jon Snow também teve uma melhoria desde a primeira temporada, assim como a Emilia Clarke que assume a pele de Daenerys Targaryen.
Um dos momentos que vai ficar marcado na minha memória é aquando da Batalha da Água Negra que, creio, foi o episódio escrito pelo George Martin. Quando a batalha parecia perdida, Cersei Lannister leva o seu filho Tommen para a sala do trono e senta-se com ele ao colo no Trono de Ferro. E então começa a contar a história de uma leoa e a sua cria. Não sei se foi o ambiente, a representação ou a história ou tudo combinado, mas este momento foi mesmo marcante.
Outro momento marcante foi o final desta segunda temporada. Samwell Tarly e mais dois elementos da Patrulha da Noite procuram excrementos para queimarem e de repente ouve-se um toque longo do corno. Irmãos de regresso. Depois um segundo. Ataque de selvagens. E depois um terceiro. Os Outros. Na minha opinião, a maneira como os Outros foram executados ficou perfeita. A aura azul descrita no livro, o grito cortante e glacial, a pele branca e os olhos azuis como gelo. Tudo combinado fez este momento um dos melhores de toda a temporada.

No final, acho que prefiro a primeira temporada à segunda. Acho que esta segunda ficou um pouco abaixo principalmente devido à troca de acontecimentos e de nomes. Mas, como os responsáveis pela série disseram, tudo isso foi feito devido aos fãs da série que não leram os livros. Como é normal numa série cheia de personagens, há pessoas que são fãs de umas e outras pessoas são fãs de outras personagens e por isso têm de tentar pôr um pouco de todas as personagens em cada episódio para agradar a todos. Resumindo, 7 em 10 estrelas, um pouco desiludido mas no final conseguiram agradar-me.

Monday 2 July 2012

A Tormenta de Espadas - Opinião

Mais um livro que cai na categoria de livros de opinião/crítica impossível. Porque É impossível fazer uma crítica completa a este livro.
Normalmente faço opiniões aos livros de "As Crónicas de Gelo e Fogo" aos pares. Por exemplo, uma crítica de "A Guerra dos Tronos" e "A Muralha de Gelo" porque estes dois livros complementam-se uma vez que em Portugal os livros originais foram divididos em dois e faz sentido fazer críticas do suposto livro completo. Mas a história chegou a um ponto em que a divisão dos livros parece uma vantagem para dar opiniões. É que tanta coisa aconteceu desde o início, tantas personagens apareceram e tantas morreram, que preciso de dividir a opinião.
Provavelmente esta crítica vai conter spoilers para este 5º livro que, tal como todos os outros da série, foram publicados pela editora Saída de Emergência que publica no nosso país os melhores livros de fantasia que um amante de fantasia podia pedir.

Mais uma vez, SPOILERS para os 4 primeiros livros da série (para quem não quer spoilers para o 5º livro, salte para a frase "Comece agora a crítica" que está a negrito)

Começamos com um prefácio, como todos os outros, passado a norte da Muralha onde a Patrulha da Noite se encontra e sob o ponto de vista de Chett, o patrulheiro responsável pelos cães da patrulha. Chett e outros dos irmãos da patrulha têm um plano para assassinar o Velho Urso, comandante da Patrulha da Noite que, para grande insatisfação dos patrulheiros, planeia atacar os selvagens. Quando o plano está prestes a ser executado, um toque longo do corno ressoa pelo ar, anunciando a chegada de irmãos da patrulha e Chett vê o seu plano ir por água abaixo. Mas então ouve-se outro toque do corno. Dois toques significam selvagens a atacar. Pior ainda. E depois um terceiro toque. Há anos que nunca se tinha ouvido três toques do corno porque três toques significa um ataque dos Outros.
Os primeiros capítulos do livro não seguem a história imediatamente a seguir ao "Despertar da Magia", o 4º livro, que acabou com a guerra da Água Negra em que Stannis avança com a sua frota para derrotar Joffrey e a sua corte. Em vez disso, sobrepõe-se, contando a história das outras personagens aquando da guerra da Água Negra. Neste livro temos novos POV's (Point of View, ou seja, os capítulos são contados através dos olhos das personagens POV) como por exemplo Jaime Lannister que se encontra numa viagem para Porto do Rei e Samwell Tarly que foge agora dos Outros para a Muralha.
Seguimos a história de outras personagens já nossas conhecidas: Arya que foge de Harrenhal para Correrrio, Bran que foge de Winterfell (incendiado) para a Muralha, Daenerys Targaryen que viaja de Qarth para o Mar do Verão (neste livro apenas pára em Astapor, um cidade esclavagista), Jon Snow que teve de se juntar aos selvagens e que neste livro se envolve com Ygritte, Catelyn que continua em Correrrio e Davos que foi encontrado nuns rochedos após a batalha e enviado para as masmorras de Pedra do Dragão.
Comece agora a crítica:
Mais uma vez, George R.R. Martin surpreende todos os leitores que chegaram até este 5º livro que até agora é o meu favorito da série. A sua escrita continua muito boa, cuidada e descritiva, mas nunca aborrecida, sempre cheia de acção. A sua maneira de descrever os locais, os sentimentos, as guerras é uma arte que ninguém pode igualar.
Basicamente todos os livros tenho personagens favoritas mas que no entanto são quase sempre as mesmas. Neste livro foram três: Daenerys Targaryen, Jon Snow e Tyrion Lannister. A querida e jovem Daenerys tornou-se numa conquistadora implacável. Senhora de três dragões poderosos, viaja para a cidade de Astapor em busca de um exército que a ajude a conquistar Westeros. E devo dizer que esta "visita" a Astapor foi uma das mais épicas que já li e quando aconteceu aquilo que aconteceu (os que já leram o livro sabem a que me refiro), sorri e ri e quase que beijei o livro de felicidade. Daenerys sempre foi uma das minhas personagens favoritas, mas vê-la sofrer tanto fez-me perder um pouco o interesse por ela. Mas neste livro ela volta em força, consegue aquilo que deseja e finalmente deixa de sofrer.
Quanto ao Jon Snow, não sei o que me fez gostar tanto dos seus capítulos. Só sei que era muito divertidos e rápidos de ler. Talvez seja por causa de ser um novo cenário (para lá da Muralha) e por termos direito a conhecer melhor a cultura dos selvagens (ou se calhar devido a outra coisa *assobio*).
O Tyrion. Oh! O Tyrion. De um momento para o outro vê-se despojado de tudo o que tinha, deixa de ser Mão do Rei, vê a sua amada Shae em perigo e o seu controlador pai sempre com os olhos em cima dele. Mas no fundo no fundo, apesar de ser um Lannister, Tyrion odeia tanto os seus parentes como nós, leitores. Odeia Joffrey que deve ser um dos piores reis que já se sentou no Trono de Ferro (tirando Aerys, claro), odeia Cersei que sempre o gozou e que sempre se mostrou implacável com ele e odeia o seu pai, Tywin Lannister, que agora é Mão do Rei e pretende casá-lo com... (leiam o livro mas tenham em mente que é uma personagem que eu nunca estava à espera que se casasse com Tyrion, mas que afinal até fazem um casal muito bom)
Personagens que não gostei nada neste livro foram a Catelyn, o Bran e o Davos. Muito provavelmente porque são personagens paradas que nunca fazem nada. A Catelyn continua em Correrrio, os dias ao lado do pai a morrer. Todos os capítulos dela são basicamente 10 páginas dela a pensar "o meu querido Bran e o meu querido Rickon estão mortos, o meu Robb está em guerra e pode morrer a qualquer momento e o meu amado Ned está sem cabeça". Todos os capítulos. Nunca acontece nada, está sempre a dizer a mesma coisa. Acho que os capítulos dela podiam ser substituídos por Robb que não teve direito a ser um POV neste livro.
Eu sei que Bran vai ser uma personagem super interessante assim que chegue à Muralha, mas por enquanto nada lhe acontece. Os capítulos dele custam-me tanto a ler. É que nem os sonhos dele em que assume a pele de Verão são interessantes. Não sei, há alguma coisa a falhar.
E quanto ao Davos, não sei porquê, mas desde o início que nunca gostei dele. Também é muito parado e repetitivo e nada lhe acontece. E quando eu pensava que finalmente algo ia acontecer (quando é atirado para as masmorras), fica tudo igual. Pode ser que no próximo seja melhor.
E pronto, acho que toquei o essencial. Os locais/cenários não mudam muito excepto nos capítulos de Jon em que ele está nas terras para lá da Muralha e nos de Daenerys em que ela visita Astapor. Outros factores incluem os Outros que finalmente entram em força na história e quando lia uma parte em que eles apareciam, sentia um arrepio pela espinha acima. E o enredo também não muda muito, excepto as pequenas e grandes reviravoltas ao longo do livro como o casamento de Tyrion e o de Robb, a viagem de Arya para Correrrio que muda de curso para sua infelicidade e a mão de Jaime que também sofre uma reviravolta neste livro.

Resumindo, um livro que adorei e devorei em quatro dias. Quando finalmente comecei as férias tinha lido 121 páginas e em quatro dias consegui ler o resto do livro, sempre querendo saber o que acontecia a seguir e apenas parando às duas e meia da manhã quando ou os meus pais me obrigavam a ir para a cama ou chegava a um capítulo de uma personagem que não gostava (Catelyn, Bran e Davos).
Por isso dou 10 em 10 estrelas (5 em 5), um Brilhante que bem que podia rebentar com a minha escala e chegar aos 20 em 10. Uma leitura que eu recomendo sem qualquer dúvida e uma saga épica que eu também recomendo não só para amantes de fantasia, mas para aqueles que se interessam por política e guerra (porque basicamente a história central é política e guerra, só com uns elementos fantásticos à mistura).

Até à próxima e, como sempre... boas leituras!

P.S.: para quem quiser entrar no "mood" para ler este livro, aqui ficam duas músicas que me fartei de ouvir enquanto lia (e uma que achei interessante):



A música oficial da série "A Game of Thrones".









A música "The Rains of Castamere" ("As Chuvas de Castamere") tocada pelos The Nationals e cantada por Charles Dance, o actor que faz de Tywin Lannister na série. Podemos ver a tradução da letra para português na página 509/510 deste mesmo livro.








E finalmente a música "The Bear and The Maiden Fair" que podemos ler ao longo do livro umas mil vezes (na página 87, por exemplo).