Saturday 29 September 2012

A minha opinião sobre a Arte - Parte 2


Após ter pensado sobre o tema do post anterior (Arte), cheguei à conclusão que aquele post não me chegava, não me punha completamente satisfeito. É que, para aqueles que ainda não sabem, existe um maravilhoso grupo no Facebook de seu nome "O Cantinho do Corvo Fiacha", um grupo dedicado a tudo e mais alguma coisa. O seu administrador, o Corvo Fiacha, teve mais uma brilhante ideia e propôs que todas as semanas os membros do grupo votem num tema para ser discutido. E desta vez o vencedor foi a Arte. Culpo-me a mim e a todos os outros que votaram neste tema, por me fazerem a vida complicada. É que Arte, como já referi no post anterior, é um tema tão abrangente que é quase impossível traduzi-lo para palavras. E por isso no outro post centrei-me mais na área da pintura, escultura e um pouco de fotografia. Desta vez vou focar-me mais nas restantes áreas deste tema.
Uma professora brilhante de Desenho A na minha escola disse uma frase que me intrigou bastante. A frase? "Tudo o que fazes é Arte". Esta frase é tão simples, mas tão complexa ao mesmo tempo, que me deixou horas e horas a pensar. Porque, se pensarmos bem e olharmos à nossa volta, tudo o que fazemos pode ser considerado Arte. Alguns vêm um jogo de futebol e comentam "aquele passe é pura Arte", ou alguns podem  ler um livro e no final dizer "o que acabei de ler é Arte". Escrever um texto é Arte, cantar uma música é Arte, compor uma peça é Arte, representar um papel é Arte. Porquê? Bem, não o posso explicar de uma forma concreta, mas o que eu acho é que nós consideramos estas simples coisas Arte, pelo simples facto de a pessoa que realizou o acto fê-lo de tal maneira bem, que nós pensamos logo que é uma obra-prima. Porque se pensarmos bem, Leonardo da Vinci, Picasso, etc. pintaram quadros com uma mestria tão impressionante que criaram obras-primas, Arte. E quando alguém faz alguma coisa maravilhosamente bem, nós lembramo-nos inconscientemente de obras maravilhosas e associamos as duas coisas e dizemos "isto é Arte".
Mas agora focando-me mais na minha opinião. Para mim, a mais pura forma de Arte é a literatura. E quando digo literatura não digo apenas livros, falo também de poesia. É que, para os que não sabem, sou apaixonado pela poesia, pois, para mim, um poema é capaz de transmitir tantos sentimentos, tantas emoções, tantas memórias, tanta história, numa forma de escrita tão pequena e elegante que tudo isso me fascina. Olhem como exemplo "Os Lusíadas" de Camões ou "A Mensagem" de Pessoa ou, para aqueles que percebem inglês, "The Waste Land" de T.S. Eliot. Noutras formas de literatura, como a prosa, temos imensos exemplos de livros e contos que transmitem mensagens e emoções com tal mestria que nós não pensamos em palavras, mas sim em Arte.
Outras pessoas buscam a Arte noutros sítios: na dança, na música, na fotografia, no cinema, na comida, etc. Não importa aquilo que fazes ou aquilo que gostas, desde que o faças com paixão, tudo é Arte. Por isso continua a fazer aquilo que fazes, seja isso escrever, tirar fotografias, cantar, dançar, filmar, pintar, esculpir ou aquilo que seja que gostes de fazer, porque um dia vias olhar para aquilo que fizeste e vais dizer: “isto é Arte”. 

Monday 24 September 2012

A minha opinião sobre a Arte

O que é a Arte? A Wikipédia define Arte como sendo a "actividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das ideias, com o objectivo de estimular essas instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada obra." Eu, claro, não sou um perito em Arte, nem pouco mais ou menos. Sem muito pouco acerca desta matéria e nunca fui bom a qualquer disciplina relacionada com ela. Mas para mim a Arte não tem uma definição concreta, uma vez que é algo tão geral que se torna quase impossível de definir. Hoje em dia, a Arte pode ser basicamente qualquer coisa, e até ouvi uma professora de Desenho dizer "tudo o que fazes é Arte". Eis uma definição ainda mais geral. Para esta senhora, tudo o que fazemos é Arte, desde o texto que escreves (como este, por exemplo), à mais magnífica obra de pintura alguma vez executada, passando pelos rabiscos que fazias em bebé, pelos "desenhos" que fazias na primária e pelos trabalhos que fazias a Educação Visual no ensino básico. Mas, como este texto é uma opinião, eis que dou a minha opinião sobre este tema tão difícil de tratar.
Eu concordo com ambas as definições de Arte acima apresentadas (a da Wikipédia e a da professora de Desenho). A Arte é, como já foi referido, uma coisa tão geral que é quase impossível de definir, principalmente nos dias de hoje, neste tempo que vivemos, chamado de Idade Contemporânea. Mas antigamente não era assim. Antigamente os padrões que definiam Arte eram mais restritos, mais limitados. Vejamos como evoluiu a Arte.
As primeiras formas de Arte apareceram há milénios atrás quando nós ainda não éramos Homo Sapiens Sapiens, quando ainda éramos colectores e vivíamos em cavernas. Nessa altura o Homem fazia pinturas nas paredes das cavernas, principalmente desenhos alusivas à caça, aos elementos naturais, etc. Eram as pinturas rupestres:
Saltando uns anos, passando o tempo do grande Egípcio, da poderosa Roma e da sábia Grécia, chegamos ao tempo do Renascimento. Depois de séculos vividos na escuridão do pensamento (também conhecido como Idade das Trevas ou Idade Média), o Homem sentiu necessidade de se renascer, de voltar ao seu apogeu, de se reinventar em todos os aspectos. O Homem aperfeiçoou assim os seus conhecimentos das ciências com o desenvolvimento de novas teorias, da astrologia com a invenção de novos instrumentos e com a criação de novas teorias (heliocentrismo), da filosofia com introdução de novos pensamentos, da literatura com o aparecimento de novos clássicos que se baseavam nos antigos (como "Os Lusíadas") e, claro, na Arte com o uso de novas técnicas e com o aparecimento de novos prodígios artísticos.
O Renascimento foi, sem dúvida, uma época importantíssima para a Arte (e para todo o ser Humano em geral), mas não apenas Arte sob a forma de pintura, mas também de escultura, música, dança, etc. (não esquecendo a escrita). Foi nesta altura que surgiram os grandes pintores, escultores e músicos que conhecemos hoje.
Exemplos óbvios são, claro, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Giotto, Botticelli, etc. (na pintura); Donatello, Tullio Lombardo, Michelangelo, etc. (na escultura). E é aqui que entra a minha opinião. Para mim, as pinturas e esculturas que estes mestres fizeram são Arte. Na minha opinião, estes é que são os verdadeiros mestres da Arte. Eis algumas pinturas e esculturas:
A Gioconda (ou Mona Lisa) de Leonardo da Vinci

David de Michelangelo
O Nascimento de Vénus de Botticelli
São Marcos por Donatello
O Julgamento Final de Michelangelo
Agora passamos uns anos mais à frente e chegamos à Idade Contemporânea, ou seja, os dias que correm. Muitos são os pintores e escultores, músicos e dançarinos, fotógrafos e arquitectos que nos são conhecidos. Os exemplos mais básicos incluem Pablo Picasso, Salvador Dalí, Van Gogh, Joana Vasconcelos, Paula Rego, Andy Warhol, etc. E eis que encontro um problema. Na minha opinião, a Arte regrediu no verdadeiro sentido da palavra. Ora comparem as obras acima apresentadas, com as que coloco em baixo:


White Center (Yellow, Pink and Lavender on Rose)
de Mark Rothko
Orange, Red, Yellow
de Mark Rothko
Woman III
de Willem de Kooning
Rhein II, fotografia de Andreas Gursky
a.k.a. fotografia mais cara do mundo
The Scream
de Van Gogh
Supermatist Composition
de Kazimir Malevich
Sem Título (creio eu)
de Pablo Picasso

Guernica
de Pablo Picasso
The Persistence of Memory
de Salvador Dalí
Como podem ver, hoje em dia há muitas pinturas, boas e más, na minha opinião. Salvador Dalí e Pablo Picasso são dos meus pintores favoritos, principalmente devido à irrealidade retratada nas suas obras e devido às fortes cores que usam. E, na minha humilde opinião, são dos melhores exemplos de artistas contemporâneos. Já Mark Rothko, Willem de Kooning e Kazimir Malevich apresentam obras tão simples que para mim nem chegam ao estatuto de Arte. Obras tão ridículas que, se não me dissessem que tinham sido pintadas por pintores profissionais (e se não me dissessem que custaram mais de 60 milhões de dólares), eu diria que tinham sido pintados por crianças do 6º ano. Já para não falar da magnífica fotografia "Rhein II" de Andreas Gursky que é a fotografia mais cara do mundo custando... (drumroll)...... 4.3 milhões de dólares. WTF? Quem é que no seu perfeito juízo compra aquela fotografia por 4.3 milhões de dólares. Uma fotografia tão ridiculamente fácil de tirar que qualquer pessoa com uma boa câmara e um tripé podem copiar. O que acontece a fotografias como:

São coisas como estas que me "irritam" na arte contemporânea. O que aconteceu às obras como "Mona Lisa" e "O Nascimento de Vénus"? Foram substituídas por estas novas maravilhas da Arte como "Supermatist Composition" ou "Orange, Red, Yellow"? Por outro lado ainda temos grandes pinturas como "The Scream" e "The Persistence of Memory".
Assim, deixo-vos duas perguntas: como acham que vai ser a Arte daqui a 50 anos? E o que acham desta nova tendência no mundo artístico?

P.S. Já para não falar nos novos talentos musicais que ultrapassam de longe Mozart e Beethoven com as suas músicas tão profundas e sentimentais:

Tuesday 11 September 2012

Slaughterhouse FIve or The Children's Crusade - Opinião

Um Verão inteiro se passou sem que eu pegasse num livro. Três meses de férias e o resultado? Dois livros lidos. Devia ter vergonha, eu sei, mas durante as férias não me consigo concentrar na leitura. Mas deixando o que aconteceu nas minhas férias de lado, vou-me concentrar nesta opinião.

Um dos dois livros que li foi o Slaughterhouse Five de Kurt Vonnegut. O que me atraiu para este livro não foi a sua história ou as outras opiniões, mas sim a capa apelativa. Eu sei, cometi o pior erro que um bom leitor pode cometer: julguei um livro pela sua capa. Mas neste caso ainda bem que assim foi porque a sinopse nunca me teria atraído para este livro.
Foi o terceiro livro que li em inglês e sem dúvida que foi um pouco complicado de acompanhar tudo, mas o livro é pequeno e tenho a boa sorte de ter um irmão e um primo que sabem muito de inglês.
Então qual a história deste livro? Bem, é um pouco complicado de explicar e quando a descrever aqui, vocês vão pensar que inventei tudo à pressão, mas não.
Este livro está organizado de maneira a não ter uma ordem cronológica. Em vez disso, conta a história de Billy Pilgrim, um optometrista que teve uma vida muito invulgar. É que o Billy tem a maravilhosa capacidade de viajar no tempo, o que faz com que ele compreenda a completa essência do tempo. E com esta capacidade, Billy consegue ver o mundo como mais ninguém consegue. Mas as suas viagens no tempo não são planeadas, acontecem espontaneamente. Billy casou-se com a filha gorda de um optometrista, Valencia, teve dois filhos, Robert e Barbara e a vida corria maravilhosamente normal, até ao dia em que Billy é raptado por extraterrestres, mais especificamente por habitantes do distante planeta Tralfamador. Durante este livro, conhecemos a conturbada vida de Billy, desde o momento em que se casou até aos seus tempos num zoo em Tralfamador, passando pela parte central do livro, a Segunda Guerra Mundial, pois Billy (assim como Kurt Vonnegut) foi um prisioneiro de guerra, mantido em cativeiro no Matadouro nº5 (Slaughterhouse Five), onde conheceu companheiros de guerra.

Este foi, sem dúvida, o livro mais aleatório e "inventado à pressão" que alguma vez li. Uma mistura estranha de ficção científica com romance, drama, guerra e história. Este é um dos maiores clássicos da literatura americana, talvez tão importante para os EUA como os Maias são para Portugal.
Começando pela escrita, devo dizer que não era muito fora do vulgar. Os diálogos eram raros, uma vez que o livro se concentra principalmente nos pensamentos e nas experiências de Billy. Bastante descritiva, dá-nos uma imagem geral do que se está a passar.
É um pouco difícil de avaliar as personagens uma vez que este livro é bastante concentrado no Billy e SÓ no Billy. Existem muitas outras personagens, mas são todas figurantes e as únicas que se aproximam de personagens secundárias são o Eliot, o Lazzaro e o Edgar Derby. O Billy era uma personagem muito tridimensional, conhecemos várias facetas dele e os porquês das suas escolhas. Eliot aparece mais para a frente. Eliot é o homem que está deitado na cama ao lado da de Billy no Hospital dos Veteranos e que apresenta a Billy os magníficos livros de Kilgore Trout que ajudam ambos a superar os eventos da guerra. Lazzaro é um homem que Billy conhece na guerra, bastante violento e estranho, misterioso e manhoso. Edgar Derby foi em tempos um professor que conseguiu ir para a guerra e que se torna "amigo" de Billy.
Existem vários cenários neste livro, vários locais. Desde a casa de Billy, passando por Dresden até ao zoo em Tralfamadore, todos bem descritos e interessantes.
Mas o ponto forte deste livro é mesmo enredo. Nunca pensei que um enredo tão aleatório pudesse resultar em algo tão interessante e fascinante como este.

Concluindo, 7.5 em 10 pontos, 3 em 5 estrelas. Um livro interessante e que recomendo, mas um pouco lento e aborrecido.

Até à próxima e... boas leituras!