profissional e essa falta de opiniões deve-se essencialmente à minha falta de vontade de escrever.
Até vir este livro.
Já devem estar a ver que este livro é, deveras, algo de muito especial para me fazer voltar às minhas andanças nos blogues portanto, e sem mais demoras, vamos saltar para a opinião.
"A Rapariga Que 'Roubou' 3 Livros" |
Sinopse:
Morte: Olá a todos! Bem-vindos ao fantástico livro "A Rapariga Que Roubava Livros". Fiquem desde já a saber que eu serei a vossa narradora e que portanto vou interromper o fluxo da história diversas vezes para vos dizer coisas que podiam ser contadas ao longo da narrativa, mas eu gosto de infodumps, e para vos avisar de acontecimentos porque sei que vocês não gostam de ser surpreendidos.
Leitor: Mas eu gosto de ser surpreendido. São as reviravoltas e plot twists que afectam os sentimentos e fazem o leitor ficar interessado na história.
Morte: Cala-te que não sabes o que estás a dizer. Agora começa lá a ler o livro.
Liesel: Olá! Eu sou a Liesel e não tenho personalidade nenhuma, sou bastante irritante e não vou desenvolver ao longo da história. No entanto amem-me porque tenho 11 anos e sou muito fofinha e inteligente.
Morte: NÃO! Tu não te chamas Liesel. Tu chamas-te rapariga que roubava livros e portanto vou-te chamar assim durante todo o livro excepto quando tiver de evitar repetições.
Liesel: Mas eu só roubei, tipo, 3 livros ou lá que foi.
Morte: Cala-te rapariga que roubava livros. Saukerl! Já agora aproveito para dizer que vão encontrar diversas palavras em alemão ao longo da história que serão logo traduzidas. Dá mais "profundidade" à história, percebem? Faz com que o autor pareça saber o que está a escrever.
(Autor: Só que não! MUAHAHAHAHAHAHAH!)
Morte: Vamos começar por matar o irmão da Liesel para poder sentir empatia e compaixão por ela logo desde o início e para começarem logo a chorar.
Liesel: Quando o meu irmão foi enterrado roubei um livro chamado "O Manual do Coveiro" que estava no caído no chão.
Leitor: Então não o roubaste. Simplesmente o levaste porque estava no chão.
Como eu imagino o Rudy depois de ser repetido um milhar de vezes que o cabelo dele é da cor do limão. |
Leitor: Que estava no chão.
Morte: Não interessa!
Rudy: Olá! Eu sou o Rudy e vou passar o livro a dizer que odeio o Hitler mas não vou fazer nada e depois
vão ver que eu gosto da Liesel e vou-lhe pedir muitos beijinhos que ela nunca vai dar e tenho o cabelo da cor do limão.
Morte: Interrupção para dar o significado da palavra "limão" no dicionário.
Leitor: Ahn? O que é que se está a passar.
Mama: Olá! Eu gosto de berrar e chamar Sauker e Saumensch a todos (isso basicamente significa que gosto de chamar "porco" e "badamerdas" a toda a gente), mas lá bem no fundo sou boa pessoa.
Papa: Olá! Eu tenho olhos de prata como poderão ler um milhar de vezes ao longo do livro. Sei ler e vou ensinar a Liesel a ler e também sou bom a tocar acordeão.
Liesel: Papa!
Papa: Liesel!
Mama: Saukerl!
Morte: Já estás a chorar, leitor?
Leitor: O quê? É suposto chorar?
Morte: Cala-te e lê o livro antes que te mate. Já agora, aqui vão algumas descrições ridículas e sem sentido do céu quando eu levo almas e toma lá mais umas quantas frases estúpidas que parecem filosóficas e profundas mas na verdade são simplesmente parvas. E mais um facto: este livro não vai acabar bem.
Leitor: Pára! Eu gosto de plot twists e reviravoltas.
Morte: Cala-te e lê! Olha vem lá um judeu que procura abrigo na casa da Liesel e dos seus pais adoptivos porque o Papa conheceu o pai do judeu, que se chama Max, na 1ª GM.
Max: Olá! Eu sou um judeu na Alemanha nazi e por isso vão sentir compaixão por mim. Tenho o cabelo como penas e a chave que seguro está-me a queimar a mão.
Leitor: As chaves não queimam a não ser que sejam aquecidas e nenhum cabelo se parece com penas.
Morte: Cala-te e lê.
*Muitas páginas sem sentido e aborrecidas se passam*
Liesel: Papa!
Papa: Liesel!
Liesel: Mama!
Mama: O que queres oh inútil porca estúpida e peso morto que só me chateia a cabeça?
Liesel: Podias ao menos ter dito isso em alemão. Sempre parece menos bruto. Rudy!
Rudy: Diz Liesel.
Liesel: Estou aborrecida porque não acontece anda.
Rudy: Vamos roubar.
Morte: Isto vai acabar mal por isso prepara os lenços para limpares os rios que vais chorar.
O maravilhoso narrador deste maravilhoso livro |
Morte: EU BEM TE DISSE!!! MUAHAHAHAHAHAHAHAH! CHORAS-TE MUITO?
Leitor: Não, tu avisaste-me antes por isso já estava à espera.
Morte: Cala-te e lê!
Leitor: Mas este livro não está a fazer sentido nenhum!
Morte: Tu deves ser daqueles que pensa que todos os livros têm de ter um enredo e personagens multi-dimensionais e também deves achar que duas metáforas por frase é demasiado. AHAHAHAHAHAHAHAH! ESTÁS ENGANADO!
Leitor: Por que é que eu comecei a ler este livro?
Morte: Porque toda a gente ama este livro e tu também. E para além do mais tem frases super filosóficas e metafóricas como: "O sol cor de pequeno-almoço" e "As palavras pingavam da boca do papá."
Leitor: Visto que como cereais de chocolate com leite ao pequeno-almoço vou imaginar que o sol estava branco e castanho na altura. E com a segunda frase só consigo imaginar o Papa com a boca aberta e com saliva a escorrer e essa saliva tem a forma de palavras.
Morte: Cala-te e lê!
Max: Ainda ando por aqui e sou super fofinho. Tenho um passado muito negro e gosto muito da Liesel por isso escrevi-lhe um livro com uns pássaros e umas quantas suásticas e umas metáforas que não fazem sentido nenhum. Amem-me por favor!
Liesel: Oh Max! Adorei a prenda. Gosto muito de ti! :)
*Mais umas quantas dezenas de páginas com a Morte a interromper constantemente o fluir da história, a Liesel e o Rudy roubam algumas coisas, toda a gente está muito mal, aparecem algumas personagens insignificantes lá para o meio, acontecem algumas coisas sem interesse e
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*Tudo muito giro e a Liesel vai para Sydney (original tendo em conta que o autor é de lá) e a Morte acaba com umas quantas narrações "assustadoras" e "sombrias")FIM!!!
Aquele que não sabia nada da Alemanha nazi excepto aquilo que lhe contaram em histórias quando era pequeno. |
Adjectivos para este livro: pretensioso, aborrecido, irritante e demasiado longo. As ideias eram boas mas execução muito má. Quando comecei a ler este livro nem foi bem pelo facto de toda a gente gostar. Foi mais porque estava interessado em saber como seria ler um livro narrado pela Morte mas acabou por ser demasiado pretensioso como se em todas as páginas o autor quisesse forçar o leitor a chorar por coisas que não metiam pena nenhuma. Eu consigo imaginar o brainstorm que o autor fez antes de escrever este livro:
"Estou farto de ser um autor desconhecido e preciso de dinheiro por isso preciso de escrever um livro que tenho a certeza que vai fazer sucesso. Vou dizer que é um livro juvenil mas na verdade todo o livro vai ser escrito para adultos porque ninguém com menos de 15 anos vai perceber metade do livro. Aliás, vou tentar pôr mensagens subliminares através de metáforas que nem um adulto bem instruído vai perceber mas toda a gente vai achar muito giro. Ok, já tenho as bases. Agora visto que é um livro juvenil para adultos preciso de um tema polémico. Já sei! Hitler, o holocausto e a 2ª GM. E para fazer tudo mais interessante vou pôr a Morte a narrar a história toda, vou deitar para lá umas quantas personagens fofinhas mas que mais parecem pedaços de cartão a andar de um lado para o outro e está feito!"
E assim se cria um livro que supostamente é muito giro e tal e na verdade é o maior desperdício de tempo. Um dos piores livros que li, não recomendo a ninguém. Só não lhe dou pior classificação porque de alguma maneira consegui acabá-lo e porque uma personagem, a Ilsa Hermann, até era um bocado interessante ainda que irritante.
Resumindo: 3 estrelas em 10, um Horrível completo. Não leiam, não merece o vosso tempo. Sinceramente não percebo como é que tem 4.36 estrelas no Goodreads e quase 360 mil leituras. Enfim...
Até à próxima e... boas leituras!