
doença e bandos de Forjados dirigem-se para Torre do Cervo matando todos pelo caminho.
Mais uma vez Fitz é chamado para para servir como assassino real. Mas o jovem esconde outro segredo: ninguém pode saber que formou um vínculo com um jovem lobo através da magia proibida da Manha e, se for descoberto, arrisca-se a uma sentença de morte.
Quando o príncipe herdeiro embarca numa perigosa missão para pôr fim à ameaça dos Navios Vermelhos, a corte é entregue nas mãos do príncipe Majestoso que tem os seus próprios planos maquiavélicos para o reino. Cabe ao jovem bastardo proteger o verdadeiro rei numa corte prestes a revelar a face dos traidores num clímax memorável.
Opinião:
Por onde começar?
Este livro foi perfeito em todos os sentidos da palavra e ainda que o título tenha sido escolhido pela Saída de Emergência (creio eu), assenta perfeitamente à história. Vou explicar o porquê de ter adorado tanto este livro: o primeiro livro desta saga foi, no início um grande desapontamento, como já aqui expliquei anteriormente, mas mereceu cinco estrelas porque acabou por me surpreender bastante; o segundo livro teve "apenas" quatro estrelas porque, apesar de ser bom, foi um bocado parado; mas este terceiro livro, oh god.
Já se passou algum tempo desde que o li mas creio que ainda sou capaz de recordar o que aconteceu. Este livro continua imediatamente a seguir ao segundo uma vez que no original são os dois o mesmo livro (é a mania da SdE de dividir os livros em dois) e por isso é aconselhável que leiam este terceiro imediatamente a seguir ao segundo. O Rei Expectante Veracidade parte, como diz a sinopse, para uma perigosa missão em busca dos Antigos. Os Antigos são um povo lendário que, segundo se diz, já anteriormente tinha vindo ao auxílio dos Seis Ducados e por isso Veracidade procura-os de novo para os salvar dos Navios Vermelhos. Ao início esta decisão pareceu um pouco irresponsável mas depois acabamos por perceber o desespero que atinge Veracidade e que apenas lhe deixa duas hipóteses: ou fica em Torre do Cervo e gasta todas as energias no Talento ou parte nesta missão arriscada.
Veracidade deixa assim a corte para o Rei Sagaz que está muito doente e enfraquecido e por isso quem realmente "manda naquilo tudo" é Majestoso. E heis o que fez este livro tão bom: nunca em toda a minha vida enquanto leitor eu odiei tanto uma personagem como Majestoso. Nunca. Nem mesmo Cersei ou o Joffrey. Majestoso é o arquétipo dos antagonistas. É que ele é mau, é horrível, odioso mas esses adjectivos não se aplicam a ele como se aplicam, por exemplo, a Lord Voldemort. Ele não anda para ali a matar pessoas (kinda of), não se põe a cortar cabeças nem a enforcar pessoas (apesar de querer). Ele simplesmente puxa uns cordelinhos e mata quem quer sem nunca se saber que é ele.

As outras personagens foram excelentes como sempre. Kettricken é, até agora, uma das minhas personagens femininas favoritas e o Bobo permanece um mistério. Mas os melhores momentos foram, sem dúvida, quando Moli e Fitz estavam juntos. Adorei as falas, os momentos, as discussões e os corações partidos porque retratam uma relação realista, não um conto de fadas qualquer e no final deste livro até o meu coração ficou partido com o rumo desta relação.
E falando em final. Eu estava mais ou menos à espera do que ia acontecer porque li a sinopse do quarto livro antes de acabar este, mas mesmo assim aquele final fez-me ler o quarto livro logo a seguir. Eu tinha de saber o que acontecia. Não consigo imaginar as pessoas que leram este livro quando o quarto ainda estava por sair. Estou a imaginá-las a ler as últimas páginas umas cem vezes para se certificarem de que aquilo tinha acontecido. Alguns podem pensar que tudo tinha de ficar bem porque ainda havia mais um (dois em Portugal) livro para sair e por isso aquilo tinha de ser remediado. Mas com Robin Hobb não sabemos se tudo ia ficar bem no próximo livro. Quem nos diz que no próximo livro a história não ia continuar com uma espécie de vingança de Breu ou de Castro ou do Bobo ou da Kettricken. Não sabemos. É assim a Robin Hobb. E outra coisa fantástica (isto mais relacionado com a escrita) é as reviravoltas. Todos estamos habituados a reviravoltas e depois de ler as Crónicas de Gelo e Fogo já quase nada nos surpreende. Mas a diferença é que GRRM apresenta as reviravoltas e plot twists de uma forma brutal, atira-nos à cara e logo a seguir ajuda-nos a processar o que aconteceu através das consequências da reviravolta. Enquanto que Robin Hobb apresenta as suas reviravoltas de uma forma completamente banal, como se não fossem nada de especial, apenas um acontecimento como qualquer outro e a história continua. Creio que isto se deve ao facto de o livro ser escrito na primeira pessoa e ser uma espécie de recordação porque o Fitz está a recordar isto tudo e assim as reviravoltas não passam de um mero encadeamento lógico do Fitz. Dois exemplos de reviravoltas que me deixaram boquiaberto (e que me consigo lembrar agora) foram o da Rosamaria e o do Justino e da Serena.
Mas deixo-vos ler o livro por vós próprios, julguem-no como quiserem. Eu adorei, 10 estrelas de 10, Brilhante. Um livro excelente e que recomendo, sem dúvida. Se acharem os dois primeiros livros da saga aborrecidos e lentos, esperem até este.
Até à próxima e... boas leituras!