Primavera
por Pedro Pacheco
Subtil,
indecifrável, o aroma ergue-se no ar
Viajando ao
som do vento, dançando valsa lenta,
Passando
pelos campos, correndo para o mar,
Subindo em
espiral das papoilas que florescem,
Seguindo
rios apressados, cantando uma melodia
Que nos anuncia
a Primavera, que nos chama,
Num murmúrio
arrastado durante o dia
E num
silêncio profundo na noite estrelada.
Chega a
Primavera, derretendo a neve
Que o Inverno
nos deixou em dias frios
De céu
branco onde flocos puros caíam leve,
Suave,
lentamente, cobrindo-nos num manto
Branco e
virgem, um manto de esquecimento
Que nos
aconchega e nos abraça, pintando,
Esculpindo!
as paisagens do nosso lamento
Num lusco-fusco infinito, eterno, permanente.
E as aves
saem dos ninhos, a andorinha chega
Como uma
lança branca de paz que rasga o céu
Outrora de
um azul profundo que nos aconchega,
Lançando
sobre nós a luz do Sol ofuscante
Que dá cor à
erva, que faz as árvores florescer
Colorindo a
pouco e pouco um mundo afundado
Em tristezas
e mágoas que nos fazem tremer.
E enfim chega a Primavera, subtil, indecifrável.
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